Segundo dia - 03/08/2023
Cupping no Laboratório da Aequitas
No segundo dia, iniciamos com um momento de relaxamento e descontração na fazenda Olhos d’Água da família Minami. Em uma estrutura montada na beira do cafezal, Jamie, equipe Aequitas, junto com família Minami e os parceiros, Karol e Eduardo, contemplaram a bela vista dos cafezais no horizonte regada a preparos de café e quitutes locais. Dali seguimos para um cupping com cafés da região para que a Jamie provasse todo o espectro sensorial de produtores parceiros da Aequitas. Eduardo do Coffee Pereira e a Karol da Bioma também participaram da sessão.
ASK JAMIE
Para encerrar o dia fomos para o ASK JAMIE - momento da Jamie para também compartilhar sobre como é o seu trabalho e suas percepções do mercado dos Estados Unidos e do Reino Unido, com foco na Inglaterra.
Estamos em um pós-pandemia, o mercado de café foi impactado assim como tantos outros que se transformaram e adequaram aos protocolos para continuarem existindo. É inegável que muitas mudanças vieram para ficar e nesse sentido a Jamie disse que as compras via e-commerce continuam em alta e é uma demanda representativa para a torrefação.
E, por outro lado, segundo a Jamie, hoje há mais torrefações e cafeterias nas cidades, como em Londres por exemplo. Na sua visão, todas as pessoas que trabalham com café especial estão sentindo a necessidade de justificar o porquê é especial, agora que o conceito está mais difundido.
Ela explicou que, na Square Mile, por ser uma torrefação pioneira, eles têm um legado e isso se reflete na forma como conduzem suas relações com parceiros num horizonte de longo prazo, e que isso também os deixa imune a algumas modas do mercado de especiais. A torrefação está localizada em Londres, mas uma boa quantidade dos clientes recorrentes são internacionais, que compra pela internet.
Foram 25 pessoas, entre produtores e parceiros convidados, para a conversa com a Jamie no hotel San Diego. Algumas histórias foram compartilhadas e curiosidades foram respondidas, como por exemplo, se mesmo com o surgimento de mais cafeterias/torrefações por Londres o chá continua sendo o favorito, ela disse que sim, que o chá tem o seu lugar no dia a dia e faz parte da cultura. Depoimentos foram dados, conexões foram feitas.
Terceiro dia - 04/08/2023
Coopadap
Pela manhã fomos ao armazém da Coopadap para conhecer o percurso de todos os cafés que chegam na cooperativa. De todos mesmo, inclusive dos especiais também! Lá a estrutura é completa para beneficiar e rebeneficiar o café, garantindo rastreabilidade e qualidade máxima das sacas. A Helen nos recebeu e nos apresentou o laboratório de cupping e a infraestrutura que recebe, limpa, descasca, separa por peneiras e prepara o café para ser armazenado e posteriormente vendido.
O tipo de rastreio que a Helen nos mostrou tem perto dos 100% de acerto na identificação dos cafés na safra, índice que ela conta sorrindo, feliz pelo resultado de excelência que ela e sua equipe alcançam a cada ano. Isso tudo funciona dentro de um sistema e treinamento de equipe muito bem pensado e articulado, para que todos os itens das fichas de identificação sejam anotados no momento certo.
Fazenda Santo Antônio
Para encerrar a sequência de atividades, a última coisa que fizemos foi levar a Jamie para subir em uma colheitadeira e ver de perto uma colheita mecanizada e como é que funciona. Uma máquina desse porte é uma peculiaridade das grandes fazendas e das regiões planas brasileiras, como é o Cerrado. Por aqui, assim como se observa em diversas regiões produtoras, trabalhar com colheita manual está se tornando inviável por falta de mão-de-obra.
Fomos para a Fazenda Santo Antônio, pois nada melhor para uma pessoa entender do que ver funcionando na prática. Jamie aprendeu como é possível realizar uma colheita seletiva mecanizada voltada para a produção de cafés especiais.
Conteúdo por Priscila Pinho