Café especial é disciplina, respeito e empenho coletivo.
Nós já falamos por aqui da infinidade de mãos e trabalhos que existem por trás de um café de qualidade, e que a engrenagem só roda por essa organização coletiva.
Já falamos também que para nós, o nome do café é o produtor.
A nossa missão de conectar as pessoas por meio do café continua mais viva do que nunca, ainda mais num ano de distanciamento social e aproximação digital, em que a conectividade teve um papel determinante na manutenção das relações, sejam elas profissionais e/ou pessoais.
O café especial é conexão por essência. Ele tem o poder e a magia de promover encontros e aproximar as pessoas, por isso dissemos que o café é ponte, casa e rua “sempre leva a algum lugar”, afinal, café é caminho e é chegada. É onipresente na rotina: dentro ou fora de casa, sozinho ou acompanhado.
Falamos também que o mundo do café é cíclico e não tem fim e, que por ser algo novo, há de se reconhecer que existe um caminho já percorrido por estudiosos, curiosos e pesquisadores acerca das inúmeras possibilidades a serem alcançados na genética das cultivares, manejo de fertilidade e fitossanitário, técnicas de colheita e processamento em pós-colheita, fermentação controlada, armazenagem, torra e métodos de preparo.
Sabemos que café especial é a ausência de defeitos e isso na prática significa que, em uma fazenda, desde o plantio à pós-colheita muitos corpos suaram para atingir um resultado bem-sucedido. Sucesso sendo representado por manejo adequado, colheita no tempo certo, ou seja, no ápice da maturação do fruto, escolha do processamento e seu monitoramento, registro de experiências e suas anotações tais como temperatura, pH, brix, tempo de fermentação e outros parâmetros. Se não, tem potencial para se tornar apenas um acaso e talvez não se obtenha aquele café novamente.
Após essa etapa, mais pessoas suarão: os torrefadores que através de muita pesquisa, disciplina, torras e provas identificam o perfil “match” ideal para cada café. É preciso “brincar” com as variáveis: tempo, fluxo de ar, temperatura, o início e o fim.
E ainda, tem muito trabalho que não elencamos de outros agentes da cadeia do café e sobretudo daqueles que estão por trás dela. Até aqui falamos das pessoas e continuaremos falando porque é nossa forma de valorizar e reconhecer o papel de cada um. Respeitar o café em fruto, em grão e em bebida é respeitar o suor das pessoas que o tocaram.
Por tudo isso, Café especial não é por acaso.
Este ano foi desafiador. Mas também nos mostrou que somos capazes de nos reinventar sempre. É preciso respirar, agradecer e seguir. Desejamos a todos um Feliz Ano Novo, cheio de paz, luz, e esperança nos tempos que virão. Somos todos um!
Saudações,
Yuki Minami e Andrezza R.