Parar e refletir um ciclo se fechando e outro se abrindo é necessário sempre que se quer evoluir. Olhar para dentro e resgatar o que se sentiu, é parte de um processo de busca constante por ser alguém melhor; e então poder oferecer ao mundo uma versão bacana de nós mesmos enquanto pessoa e negócio, o balanço é intenso, mas é gostoso.
Seria dissonante demais falar que 2019 foi um ano bom? Apesar de todas as adversidades políticas, econômicas e sociais que o país enfrenta e enfrentou, pudemos enxergar com lucidez muitas sombras escondidas.
Foi um ciclo de muitos enfrentamentos individuais e coletivos, vozes que não se ouviram, falas que não se encontraram – por ideologia ou ausência de empatia, mas a verdade é que foi uma baita oportunidade de descontruir (conceitos...) e nascer de novo.
Assim, para nós não foi diferente, o ano começou com aquela sensação de oco, e muitos questionamentos se o que havia feito até ali faria sentido dali pra frente. Inquietação normal quando se debruça inteiramente em um trabalho e ele se encerra. (No caso concreto é quando os containers embarcam, e aquela barulheira e correria de repente silencia) dando voz ao cansaço misturado com alívio.
Possível que todos que se dedicam intensamente a um projeto já tenha passado por essa sensação pós encerramento. É quase um parto. Metáfora interessante para pensar esse enredo todo.
Pois bem, passado o pós-parto, fomos novamente levados ao propósito maior, (pelas águas, ventos, energias, deusas e deuses...) e mais uma vez estávamos ali, nós e o café, mas dessa vez o olhar foi diferente, estávamos abertos e o sentimos em harmonia mente - coração.
Cá em dezembro olhando até janeiro, percebemos que esse foi o ano dos encontros: teve SIC, participamos de feiras, palestras, eventos, bebemos muito café bão around the world, sentimos o quanto a vida pulsa quando se tem conexão e contato.
Além dos aprendizados todos – sobre nós, sobre café... – teve de se aprender a delegar, e estamos aprendendo todos os dias a compartilhar tarefas que antes estavam todas nas mãos de Yuki, mas agora cresceu e não cabe mais. O sonho se espalhou e está mais forte, como já dizia Raulzito:
“Sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade.”
Depois dessas andanças todas, com muitos desafios, insights, regozijos, reflexões, estamos aqui vendo os containers partindo novamente, mais um ciclo se fechando, o filho sendo parido, e o coração batendo, sem vazio e sem oco, pois a gratidão ocupa muito espaço aqui e agora.
Um salve pro café: que permite viver essas viagens de dentro pra fora!